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Painel na Expointer aborda rastreabilidade individual de bovinos
28/08/24
Um painel organizado pela Secretaria da Agricultura, Pecuária, Produção Sustentável e Irrigação (Seapi) promoveu o debate sobre as perspectivas da rastreabilidade individual de bovinos. Palestrantes de entidades governamentais e do setor produtivo dialogaram sobre o tema nesta terça-feira (27/8), no auditório da administração do Parque Assis Brasil, durante a 47ª Expointer.
A rastreabilidade individual de bovinos é um sistema já adotado por outros países no mundo que permite acompanhar todo o ciclo da vida de um animal, dados sobre sua raça, sexo, idade, vacinas, até o abate. Esses dados ficam em um sistema, vinculado a um número de registro de um brinco ou botton.
“A União Europeia já vai fechar mercados para carnes sem rastreabilidade, e a China pode seguir o exemplo. Além da sanidade animal, a rastreabilidade individual é uma questão mercadológica”, alertou o presidente do Fórum Nacional de Executores de Sanidade Agropecuária (Fonesa), Otamir Martins.
A proposta de um novo sistema de rastreabilidade individual para bovinos e bubalinos está sendo construída por meio de um grupo de trabalho estabelecido pelo Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa), cujo relatório final deve sair em breve. O grupo reuniu representantes do ministério, de órgãos estaduais de sanidade animal e associações de produtores para delinear o formato do sistema e o período de transição para que se torne obrigatório a todos os criadores, com escalonamento de prazos que totalizam oito anos de adaptação.
“São 220 milhões de bovinos que deverão estar nesse sistema de rastreabilidade, é um volume monstruoso de dados para inserir. Esse sistema deve ter uma funcionalidade que permita ao produtor usar seus dados, que podem ser úteis dentro da propriedade, na gestão de rebanhos, índices zootécnicos e indicadores de melhoria”, avaliou o presidente do Fundo de Desenvolvimento e Defesa Sanitária Animal do Rio Grande do Sul (Fundesa), Rogério Kerber.
A diretora do Departamento de Vigilância e Defesa Sanitária Animal da Seapi, Rosane Collares, disse que a proposta de rastreabilidade será construída junto ao setor produtivo, da mesma forma que a certificação internacional de zona livre de febre aftosa sem vacinação. “É a mesma metodologia que pretendemos organizar para envolver a cadeia na construção da rastreabilidade individual. Sabemos que o cenário é dividido, mas vamos construir consensos. Todos têm que se sentir pertencentes quando implantarmos o sistema de rastreabilidade bovina no estado”, ressaltou.
A diretora destacou que, em dois anos, o Rio Grande do Sul já recebeu 15 missões internacionais e várias delas esperam que o estado adote a rastreabilidade individual dos bovinos para abrir seus mercados aos produtores gaúchos. “Tivemos um volume de vendas de carne suína em julho para as Filipinas superior ao da China, um parceiro tradicional. Mas a suinocultura tem a rastreabilidade, e por isso essa abertura foi possível. Precisamos incluir os rebanhos bovinos nessa oportunidade”, concluiu.
Texto: Elaine Pinto/Ascom Expointer
Edição: Ascom Expointer
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