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Gripe aviária: EUA registram primeira morte em humanos
O paciente, com mais de 65 anos, tinha condições médicas subjacentes e foi o primeiro caso grave da doença registrado no país
08/01/25
A primeira morte humana relacionada à gripe aviária ocorreu nos Estados Unidos, segundo o anúncio feito por autoridades de saúde do estado de Louisiana na segunda-feira (6). A pessoa infectada tinha mais de 65 anos e problemas de saúde subjacentes. Esse também foi o primeiro caso grave de infecção humana pelo vírus H5N1 detectado no país.
"O paciente contraiu o H5N1 após exposição a uma combinação de um rebanho não comercial de quintal e pássaros selvagens", disse o Departamento de Saúde da Louisiana em um comunicado.
O sequenciamento genético mostrou que o vírus H5N1 que infectou o paciente da Louisiana era diferente da versão do vírus detectada em muitos rebanhos leiteiros e granjas avícolas ao redor do país.
O H5N1 foi detectado pela primeira vez em 1996, mas desde 2020, o número de surtos entre bandos de pássaros aumentou exponencialmente, enquanto um número crescente de espécies de mamíferos foram afetadas. Especialistas estão preocupados que a alta circulação do vírus em mamíferos possa levar a mutações que o tornem mais facilmente disseminado entre humanos.
Vírus sofreu mutação
Em 26 de dezembro, os Centros de Controle e Prevenção de Doenças (CDC) dos EUA anunciaram que haviam encontrado mutações no vírus presente no paciente de Louisiana. Elas ocorreram no gene da hemaglutinina (HA), que tem como principal função ligar o vírus ao receptor da célula hospedeira.
"Houve algumas alterações de baixa frequência no segmento do gene da hemaglutinina (HA) de um dos espécimes que são raros em pessoas, mas foram relatados em casos anteriores de H5N1 em outros países e mais frequentemente durante infecções graves", afirma o comunicado do mês passado.
Um desses casos relatados foi detectado na Colúmbia Britânica, no Canadá, em uma garota de 13 anos que estava com a infecção considerada mais grave. O que sugere, segundo o CDC, que as mutações surgiram enquanto o vírus já estava instalado no organismo dos pacientes.
Apesar desta morte, o risco à saúde pública representado pela gripe aviária continua "baixo", disse o comunicado mais recente, pois não foi detectada nenhuma transmissão entre humanos.
"Embora o risco atual à saúde pública para a população em geral permaneça baixo, as pessoas que trabalham com pássaros, aves domésticas ou vacas, ou têm exposição recreativa a eles, correm maior risco", alerta a agência de saúde.
Ministério da Saúde lançou plano de contingência
No fim do mês passado, em resposta à crescente preocupação internacional com a gripe aviária, o Ministério da Saúde do Brasil lançou o Plano de Contingência Nacional do Setor Saúde para Influenza Aviária. Se trata de um documento que estabelece e organiza as responsabilidades nos âmbitos federal, estadual e municipal e define estratégias de organização para o caso de que o país precise enfrentar emergências relacionadas à doença.
A pasta também afirmou que “monitora e avalia permanentemente as evidências científicas mais atuais sobre o tema em nível internacional, assim como a situação atual das vacinas contra Influenza aviária, de forma a subsidiar as recomendações e ações necessárias no território brasileiro”.
No mundo
Na Europa, alguns países confirmaram o surgimento de novos casos antes de 2024 acabar. A França anunciou que duas fazendas na região noroeste da Normandia foram afetadas pela gripe aviária. Já em Portugal, 55.427 aves foram infectadas em um vilarejo localizado no distrito de Lisboa e 279 morreram. Anteriormente, em novembro, a Áustria havia declarado todo seu território como "zona de risco", devido a alta de casos.
De acordo com dados da Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS), que monitora a doença nas Américas do Sul, Central e do Norte, 67 casos foram confirmados em humanos desde 1° de janeiro de 2024. Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), entre janeiro de 2003 a agosto de 2023, foram registados 878 casos em 23 países, dos quais 458 foram fatais. O que significa que a letalidade da doença é de 52%.
A Organização Mundial de Saúde Animal (WOAH) contabilizou mais de 300 milhões de aves domésticas abatidas ou mortas desde outubro de 2021 devido à doença. Além disso, 315 espécies diferentes de aves silvestres morreram em 79 países.
Fonte: O Globo
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