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Controle do Javali deverá ter frente parlamentar no RS
09/05/25
A Assembleia Legislativa deve criar uma Frente Parlamentar de Combate ao Javali. O encaminhamento foi dado durante reunião da Comissão de Agricultura do Legislativo gaúcho. O tema foi sugerido pelo Fundo de Desenvolvimento e Defesa Sanitária Animal do Rio Grande do Sul em função das limitações sofridas por controladores de população de javali no Brasil nos últimos anos, que tem provocado crescimento na população do animal.
O presidente da Comissão, deputado Zé Nunes disse que a solução para o problema terá que passar pelo legislativo e citou a necessidade de unificar a legislação que já trata sobre o tema. Nunes afirmou que irá comunicar ao Ibama e à Fepam, que não compareceram à reunião, todos os relatos obtidos na Comissão. O deputado Luciano Silveira ficará responsável pela formação da frente parlamentar. “Não temos outra forma de tratar deste tema que não seja de forma unida, com todos os interessados, inclusive buscando o que já vem sendo feito em outros estados”, afirmou Silveira.
O javali é uma das piores pragas mundiais e traz muitos riscos sanitários. É um animal exótico na fauna brasileira e não possui predadores, por isso a caça é a única forma de controle. O javali pode ser transmissor de diversas doenças incluindo a Síndrome Respiratória e Reprodutiva Suína (PRRS), que já causa prejuízos no Uruguai. Além disso, pode ser vetor da febre aftosa, além de devastar plantações e consumir animais silvestres e destruir fontes de água.
O presidente do Fundesa, Rogério Kerber, mencionou no encontro a necessidade de ampliar os debates, já que existe um Plano de Controle existente. “Pelos relatos preocupantes que recebemos do setor produtivo temos a nítida impressão de que perdemos o controle. Não é só na pecuária e no risco sanitário, há lavouras sendo destruídas e muitos produtores já começam a desistir das atividades”.
O representante da Secretaria da Agricultura, Fernando Groff destacou que trata-se de um problema ambiental e que a pasta atua dentro da questão sanitária. Hoje o Rio Grande do Sul conta com diferenciais que permitem a coleta de amostras dos javalis abatidos pelos caçadores. Atualmente, conforme Groff, são 2,6 mil caçadores treinados no estado e 1,2 mil cadastrados. Já a representante da Superintendência Federal da Agricultura do RS, Rojanna Girardi, falou que no site da Organização Mundial de Saúde Animal existe um mapa de distribuição de doenças e na Europa a maior parte das doenças é transmitida por javalis. “O que aconteceria no Brasil ou no Rio Grande do Sul? Perderíamos mercados! As missões internacionais já querem saber se temos planos para tratar sobre o tema.”
Clique no link abaixo para assistir a íntegra da reunião da Comissão de Agricultura.
https://www.youtube.com/live/fkDcGAbYpBE?si=X6B0wqRzGAm49Lpb
Texto: Thais D'Avila
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